Tik Tok virou o objeto de desejo de dez em cada dez grandes plataformas digitais do mundo. Evidentemente o desejo por ele e a vontade de adquirir, não são de graça, principalmente nos últimos meses em que a ofensiva política e jurídica de Donald Trump ao Tik Tok nos Estados Unidos o transformou em alvo de diversas aquisições com episódios para lá de novelescos como o pedido de demissão do CEO do Tik Tok.
Porquê tanto interesse? Primeiro sob o ponto de vista político, o Tik Tok por ser chinês, acaba por evidenciar a antipatia de Trump à política expansionista cada vez mais veloz e assertiva da China. Todos percebem e isso é comum nas plataformas digitais quando um novo perigo nasce, quem não fez isso ficou para trás, esse é o caso do Orkut, já o Facebook se reinventou, pois, cada vez que identificou alguém com potencial para tirar um nicho de mercado para criar uma nova possibilidade de dura concorrência se manifestou através das aquisições, foi assim com a aquisição do Instagram, foi assim com a aquisição do WhatsApp e em assim com todas as aquisições possíveis no mercado.
Curiosamente quando a China proibiu o Facebook em momento algum teve a proibição na contrapartida norte americana. O que nós imaginamos nesse instante é que a guerra de plataforma é acima de tudo a guerra pelos seus dados, não importa se chinesa ou norte americana, ou até mesmo russa, não importa a escala e o volume, a possibilidade de novas alternativas de plataforma digital fazem com que os governos se manifestem de forma a proteger suas empresas. Logo, a bola da vez chama-se Tik Tok.
Logo, é preciso entender que o objeto de desejo não é a proteção da privacidade dos americanos, do contrário! Se fosse assim, a guerra do governo Trump seria com as próprias plataformas norte americanas que usam e abusam dos dados dos seus usuários.
A briga é uma só: Quem vai ter uma posição estratégica nas novas plataformas. Lá atrás isso não chamava atenção porque as plataformas não ocupavam um peso significativo na economia, mas a partir do instante em que três das cinco maiores empresas do mundo são plataformas digitais, os americanos entenderam por bem que precisam manter uma posição estratégica e conter assim o avanço chinês.