Quando surgiu a primeira moeda digital(o bitcoin, em 2008), não faltaram autoridades monetárias no mundo que não disparassem contra ela, e mesmo assim elas sobreviveram.
As críticas são feitas por muitos aspectos, desde que elas não seriam legítimas, pelo fato de não serem emitidas por bancos centrais ou por governos soberanos. Ainda que não seja essa uma exigência intrínseca de uma moeda. Ao longo da História, são inúmeras as moedas que tiveram grande aceitação sem que ostentassem a efígie de César ou do imperador do momento.
Esse é o caso do primeiro dólar, que nasceu por decisão do conde Hieronymus Schlick lá por 1540, cuja propriedade, na área de Joachimstal (“Vale do Joaquim”), na Boêmia, encontrou uma mina de prata. Cunhou então o Joaquimsthalergroschen (algo como grosso do “Vale do Joaquim”), nome convenientemente encurtado para taler (do vale) em alemão, tallero em italiano e dollar em inglês. Foi uma moeda de grande aceitação sem que ninguém reclamasse então da deficiência de soberania na sua emissão.
A aceitação das criptomoedas provém das regras confiáveis de sua criação, da sua ancoragem em algoritmos e na indevassável tecnologia blockchain, cada dia mais utilizado.
Outro argumento frequentemente repetido pelas autoridades é o de que as criptomoedas estão sendo cada vez mais usadas por sonegadores, terroristas e narcotraficantes, como se o dólar e o euro também não o fossem.
É fato que se o uso das criptomoedas se tornar ainda mais generalizado, os bancos centrais não terão como calibrar o volume de moeda no mercado para combater a inflação. E logo como destaca Celso Ming em sua coluna no Estadão: Por trás dessa impossibilidade está o fato de que os bancos centrais desfrutam hoje (ou até recentemente) de monopólio sobre a criação e a administração da moeda nacional. É sobre essa circunstância que se assentam as bases da atual política monetária, que é a prerrogativa exercida pelos bancos centrais de aumentar ou diminuir o volume de moeda de maneira a combater (ou não) a inflação. No entanto, nada assegura de fato esse monopólio. A qualquer momento, uma moeda mais confiável pode eliminá-lo. Ainda não se sabe como os governos ou os bancos centrais poderiam quebrar a espinha dorsal das criptomoedas de modo a perenizar seu próprio monopólio.
Como é sabido por todos, o maior problema das criptomoedas é sua enorme volatilidade, o que as impossibilita de se tornar reserva estável de valor. E há, ainda, o fato de que consomem volumes enormes de energia elétrica tanto para a sua “mineração” (criação) quanto pelo processamento das transferências de titularidade, que o que pretendemos aqui dar atenção.
É sempre evidente que a tecnologia não emerge do vácuo. É, isso sim, a reificação de um conjunto particular de crenças e desejos: as disposições congruentes, mesmo que inconscientes, de seus criadores. A qualquer momento ela é montada a partir de uma caixa de ferramentas de ideias e fantasias desenvolvidas ao longo de gerações, através da evolução e da cultura, da pedagogia e da discussão, infinitamente emaranhada e envolvente. A ideia da criminalidade em si é um legado da filosofia moral do século XIX, enquanto as redes neurais utilizadas para “inferi-la”, como vimos, são produto de uma visão de mundo específica — a aparente separação entre a mente e o mundo, que por sua vez reforça a aparente neutralidade de seu exercício. Continuar a afirmar uma fissura objetiva entre tecnologia e mundo é absurdo, mas tem resultados muito reais. É fácil encontrar exemplos da tendenciosidade codificada. Em 2009, uma consultora de estratégias taiwanesa-americana chamada Joz Wang comprou uma câmera Nikon Coolpix S630 para o Dia das Mães, mas, quando tentou tirar uma foto de família, a câmera repetidamente se recusou a captar a imagem. “Alguém piscou?”, dizia a mensagem de erro. A câmera, pré-programada com um software que aguarda até todos estarem de olhos abertos, na direção certa, não conseguia dar conta da fisionomia diferenciada de não caucasianos. Ou seja, novas tecnologias enfrentam sempre muita resistência e passam por muitas calibrações.
Os inúmeros projetos que se espalham mundo a fora devem tornar a questão ambiental das criptomoedas apenas um processo de adaptação, afinal não vão faltar auto produtores de energia no mundo para resolver esse problema.
No Brasil a corretora XP, tem na mesa de projetos a criação de uma plataforma de criptomoedas. Na maior plataforma de investimentos do País, o assunto não é exatamente uma novidade: as criptomoedas já estavam havia alguns anos na mira, mas acabaram abandonadas. Agora, podem fazer um retorno – em condições mais favoráveis.
É evidente que como lembra Castells “Toda transformação tecnoeconômica significativa na história foi associada a, se não induzida por, um fundamento cultural específico. Esse foi o caso da ética protestante como espírito do capitalismo, na formulação de Max Weber. A ascensão de uma economia em rede, correlativa ao paradigma tecnológico do informacionalismo enraizado na revolução das tecnologias de informação, portanto, deve ter tido suporte de uma nova formação cultural. Qual é essa formação? Pekka Himanen sugeriu uma hipótese esclarecedora em seu livro A ética dos hackers e o espírito da era da informação, de 2002. Nós sabemos que os hackers não são gênios do mal, apesar da confusão que a mídia faz entre inovadores tecnológicos e mentes destrutivas. Hackers, no conceito original emergido do Laboratório de Inteligência Artificial do MIT, são apenas indivíduos tecnicamente capazes que trabalham de maneira obstinada (hack), movidos por sua paixão de criar tecnologias novas e audaciosas, que abrem avenidas de pensamento e ação no contexto de uma das mais extraordinárias revoluções tecnológicas da história. Baseado na história da descoberta da cultura digital, e nas biografias dos seus principais atores, o conceito de Himanen se refere ao valor supremo adotado por esses hackers: a questão não é ganhar dinheiro, poder ou fama, mas a percepção de se criar excelência tecnológica, a compreensão e a modelagem de um novo mundo em criação, a determinação firme de criação, perseverando em seu próprio caminho e só reconhecendo seus pares e a autoridade da sua comunidade de excelência. Esses indivíduos, cada um deles e suas comunidades de referência, de fato mudaram o mundo, pois, sem sua paixão de criar e sua disposição para compartilhar suas descobertas imediata e abertamente sem direitos autorais, as corporações tradicionais que estavam se apropriando da e protelando a revolução tecnológica teriam desperdiçado sua produção potencial. Os protocolos de internet TCP/IP, que criaram a mais poderosa rede de comunicação horizontal da história, foram desenhados por Vint Cerf e Robert Kahn em 1973-75, e imediatamente postados na internet. Tim Berners-Lee criou a World Wide Web em seu tempo livre após o trabalho e postou o programa servidor na internet em 1990, para todos usarem e aperfeiçoarem. Os sistemas de e” (from “Outra economia é possível: Cultura e economia em tempos de crise” by Manuel Castells. Uma pequena amostra dos desafios e das oportunidades.
Nesse momento não existe qualquer regulamentação na compra e venda do BTC. E foi exatamente para isso que ele foi criado. Também não há qualquer instituição financeira governamental que controle as operações. Esse fato intensifica os fatores de risco atrelados ao comércio da criptomoeda. Caso você seja vítima de golpes ou fraudes em algum momento, não haverá com quem reclamar. O controle do Bitcoin é feito por todos os participantes, uma vez que não há um único data center ou banco central.
Nesse momento, cerca de 21% de todos os fundos de hedge do mundo já investem em criptoativos, mostra relatório recém-divulgado pela PricewaterhouseCoopers (PwC). O levantamento indica também que os fundos de hedge focados em criptomoedas praticamente dobraram sua exposição ao longo de 2020.
Estimamos que o total de ativos sob gestão de fundos de hedge de criptomoedas aumentou globalmente para quase US$ 3,8 bilhões em 2020, ante US$ 2 bilhões no ano anterior. A porcentagem de fundos de hedge de criptoativos com ativos sob gestão superiores a US$ 20 milhões aumentou em 2020 de 35% para 46%”, diz a empresa, no documento.
Chamado “Global Crypto Hedge Fund Report“, o estudo anual da PwC mostra que 92% dos fundos de hedge focados em criptoativos investem em bitcoin. A segunda criptomoeda mais popular é o ether (67%), seguido por litecoin (34%), chainlink (30%), polkadot (28%) e aave (27%).
Ao mesmo tempo, o documento aponta que um em cada cinco fundos de hedge “tradicionais” – ou cerca de 21% desse tipo de investimento – também tem criptomoedas no portfólio. Em média, essas organizações alocaram cerca de 3% do dinheiro sob sua gestão em ativos digitais, mas quase todas (ou exatos 85%) planejam aumentar a exposição às criptomoedas até o final de 2021.
As grandes mineradoras de bitcoin, já concordaram em criar um “conselho de mineração de bitcoin” para promover iniciativas de sustentabilidade ligadas à criptomoeda.
O ‘Bitcoin Mining Council’ para promover o uso transparente de energia e acelerar iniciativas de sustentabilidade no mundo todo”, o que mostra a preocupação pela sustentabilidade.
As mineradoras de bitcoin, no primeiro instante as norte-americanos, estão comprometidas em publicar os atuais e os planejados usos de energias renováveis, e a convocar os mineradores do mundo todo a fazer o mesmo.
Os comentários dos executivos vieram poucos dias depois de Elon Musk anunciar que a Tesla deixaria de aceitar bitcoin como forma de pagamento por causa de preocupações relacionadas ao consumo energético do bitcoin, uma mensagem que desencadeou um enorme fluxo de venda de criptomoedas, fazendo os preços despencarem.
Depois das mensagens, os movimentos compradores se intensificaram, no momento, o bitcoin, que chegou a ser negociado perto de 30 mil.
Foi apenas depois das mensagens de Elon Musk e Michael Saylor, a principal criptomoeda do mundo subiu cerca de 8%, passando de pouco mais de 37 mil dólares para os atuais 40 mil.
Esses fatos demonstram que a tecnologia não é meramente criar e usar ferramentas: é criar metáforas. Ao criar uma ferramenta, instanciamos uma certa compreensão do mundo que, assim reificado, é capaz de alcançar certos efeitos no próprio mundo. Assim ela se torna outro componente mobilizável de nosso entendimento do mundo — mesmo que costume ficar inconsciente. Podemos dizer que é uma metáfora oculta: alcança-se uma espécie de transferência, mas ao mesmo tempo uma espécie de dissociação, ao atribuir um pensamento ou um modo de pensar a uma ferramenta que não precisa mais do pensamento para se ativar. Para pensar de novo ou de forma nova, precisamos reencantar nossas ferramentas. O relato presente é apenas a primeira parte do reencantamento, uma tentativa de repensar nossas ferramentas, não reaproveitá-las nem redefini-las, necessariamente, mas ter consideração por elas. Quando se tem um martelo, diz o ditado, tudo parece prego. Mas isso não é pensar o martelo. O martelo, propriamente concebido, tem muitos usos. Ele pode tanto puxar quanto pregar pregos; pode forjar ferro, moldar madeira e pedra, revelar fósseis e consertar âncoras para as cordas de escalada. Pode dar uma sentença, pedir ordem ou ser arremessado em uma disputa de força atlética. Manejado por um deus, ele gera o clima. O martelo de Thor, Mjölnir, que criava trovões e relâmpagos quando batido no chão, também deu luz a amuletos em forma de martelo pensados para proteger contra a ira do deus, ou, dada sua semelhança com cruzes, contra a conversão forçada. Martelos e machados pré-históricos, revelados no trabalho com a terra por gerações posteriores, eram chamados de “pedras do trovão” e se acreditava que haviam caído do céu durante tempestades. Essas ferramentas misteriosas se tornaram objetos mágicos: quando seus propósitos originais passaram, eles estavam aptos a assumir um novo significado simbólico, como destaca James Bridle em obra já citada (a nova idade das trevas).
Novas tecnologias são sempre um desafio, e as criptomoedas estão inseridas nesse processo de transformação, é preciso que seus agentes saibam ser protagonistas dessas mudanças em um mundo global, fazendo dessa deficiência um desafio para o aperfeiçoamento do ativo.
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