SEU EMPREGO E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Na medida que vemos no nosso dia a dia a participação cada vez maior da Inteligência Artificial em nossas rotinas, surge uma enorme nuvem sobre as nossas cabeças, afinal a I.A. vem pra me ajudar nas minhas atividades laborais ou vem tomar o meu emprego?

E a resposta é bem simples: depende.

Exatamente isso, afinal neste momento não deve existir nenhum executivo de média ou grande empresa que possa desconsiderar a importância da inteligência artificial, ao mesmo tempo que ela evolui e cada vez mais vem sendo incorporada por grandes Clusters e grandes empresas de tal maneira que passou a ser algo extremamente seletivo.

A incorporação da inteligência artificial na rotina das empresas passou a ser privilégio de grandes empresas, em razão do custo para desenvolver a ferramenta, logo, com esse problema surge uma oportunidade que chamamos de Inteligência Artificial por Demanda, que é o compartilhamento, a IA por assinatura, algo obrigatório para as médias e pequenas empresas.

E o que isso pode afetar o seu emprego ou o seu trabalho?

Primeiro é importante lembrar, a Inteligência Artificial é transversal, e vai atingir todos os meios de produção em menor ou maior grau.

Vai invadir escolas, e residências, alterando apenas a intensidade e o momento que vai bater na sua porta.

Também é obvio que o comando da inteligência artificial no mundo se dá e se dará, pelas grandes plataformas, no caso dos Estados Unidos, pelas Big Techs como Microsoft, Google, Facebook, Amazon e Apple e suas equivalentes chinesas como AliBaba e WeChat, na Rússia e na Índia também há empresas desenvolvendo a tecnologia, mas dificilmente fora desse eixo alguém vai conseguir exercer domínio do desenvolvimento da inteligência artificial.

E é nesse espaço que surgem oportunidades, evidentemente proporcionais ao desafio, pois na próxima década a maior parte dessas empresas vai explorar o potencial da inteligência artificial para poder aumentar a eficiência das suas operações e melhorar aquilo que chamamos de experiência do consumidor, é claro que o problema passa a ser que adquirir por inteiro um sistema de inteligência artificial, que sempre é muito caro, surgindo assim, uma oportunidade da formação de clusters de desenvolvedores, que podem ser por entidades como Federações de Comércio, secretarias e participações. Ou seja, quem se dedicar à inteligência artificial terá que desenvolver um modelo de compartilhamento para que se possa compartilhar não só a inteligência como também os bancos de dados.

Construir um software com algoritmos de Deep Learning, que faz a análise de uma série de novos dados é muito importante para as áreas de RH, por exemplo.. Tente imaginar também a importância da inteligência artificial para o atendimento do departamento de marketing de grandes lojas.

Como que as pequenas e médias lojas vão trabalhar nisso? Bem, elas precisam de soluções compartilhadas. Logo, a inteligência artificial sob demanda é uma grande oportunidade para desenvolvedores e para o mercado de uma maneira geral.

E como fica o seu emprego, mas do que a substituição por softwares e robôs suas funções serão alteradas junto com a relação de trabalho, fruto dessa primeira experiência resultante da pandemia.

Estamos em um caminho sem volta das flexibilizações das relações, o que não é bom para todos, mas é inevitável. Logo é fundamental nesse caminho para e como gerenciar a transição em termos de flexibilidade e segurança para pessoas e organizações. Nesse sentido, o modelo dinamarquês de flexibilização foi copiado por outros países da União Europeia para criar modelos mais resilientes, adaptativos e eficazes para o emprego e a recuperação econômica: a colaboração público-privada para criar um mercado de trabalho mais eficiente e inclusivo, um modelo de cobertura social para grupos em situação de vulnerabilidade e um marco regulatório flexível que favoreça o empreendedorismo, o investimento e a criação de empregos.

Logo fique longe dos extremos eles ficam ótimo para discursos inflamados e péssimos na realidade, liberais que acreditam que o mercado resolve tudo, existem apenas pela fé ou pela inocência em imaginar que os fortes quando podem não exercem sua força, exercem sim e maximizam suas posições não importando quem vai sangrar, se é o seu bolso ou o seu emprego.

É evidente que o emprego é cada vez mais diverso, e isso implica que as políticas devem ser melhor adaptadas a esse cenário. O progresso em direção a uma maior flexibilidade está nos mostrando que o compromisso dos trabalhadores aumentou, dissipando o mito de que a flexibilidade prejudica os resultados, o que pode ser visto nos trabalhos executados em casa ao longo da pandemia. Os colaboradores, em sua maioria, concordaram em trabalhar de forma flexível, e na experiência de teletransporte, as pessoas identificam maior agilidade do trabalho em equipe, a eliminação dos tempos de viagem e esforços e uma melhor capacidade de se concentrar em tarefas de maior concentração e conteúdo intelectual, como principais razões para melhorar a produtividade.”

Tudo nos leva ao fato de que no processo, a equação entre mais tecnologia, mais flexibilidade e melhor resposta às adversidades extremas tornou-se aparente. É a flexibilidade, especialmente a flexibilidade facilitada pela tecnologia, que nos permitiu responder à pandemia, pois tente imaginar as respostas das organizações à pandemia sem as flexibilizações?

Os gigantes de tecnologia, precisam de regramentos para esse processo de transformação das relações de trabalho, sem limites os milhões de empregos irão simplesmente derreter.

Muitos julgados podem dar a dimensão da força institucional dos gigantes de tecnologia. Recentemente um juiz federal nos EUA, que entendeu por anular a ação movida por cinquenta estados contra o Facebook por abuso de posição dominante, e aceitar apenas o apresentado pela Federal Trade Commission (FTC), que dá um prazo de trinta dias para fundamentar seu argumento de que o Facebook detém uma posição monopólio. Em mercado financeiro sempre atento as decisões, o preço das ações do Facebook subiu pouco mais de 4%,o que levou a empresa a entrar no seleto clube de empresas norte-americanas cuja capitalização de mercado excede , um grupo onde já estão Apple, Microsoft, Amazon, Google em ordem decrescente de valor. Apenas uma empresa fora do ramo de tecnologia faz parte desse clube (The Trillion Dollar Club) a empresa de petróleo Saudir Aramco.

Sempre recomendável para compreensão desse período o livro de Per Espen Stokne, “Economia do Amanha”, que define como a quinta onda de inovação, que corresponde às tecnologias digitais e à Internet, que se seguiram ao da eletrônica, televisão e aviação (1945-1990), a da indústria (1900 – 1970), a do aço, do vapor e das ferrovias (1830-1900) ou da mecanização (1760-1830), e que será sucedida por uma sexta onda, a da sustentabilidade, que começou por volta de 2015.

Notadamente as análises variam e tratam também do emprego da inteligência artificial combinada com outras tecnologias como automação. Essa atuação conjunta é impulsionada pelo aumento do número de robôs. Segundo a federação internacional da área, entre 2012 e 2018, o número de unidades fabricadas anualmente quase triplicou, saindo de 150 mil para 430 mil ao longo do período, e entenda os robôs que eram restritos apenas as grandes empresas hoje estão por toda parte, desde um terminal simples de auto atendimento aos chatbots de atendimento em nossos celulares.

As previsões sobre o potencial da inteligência artificial e de tecnologias associadas sobre os empregos variam bastante conforme os estudos, como o de Carl Frey e Michael Osbourne, divulgado em 2013, que na época apontava algo em torno de 47% dos empregos nos Estados Unidos como passíveis de substituição por máquinas inteligentes.

Um trabalho mais atualizado da consultoria McKinsey de junho de 2019 estima um equilíbrio no saldo de empregos até 2030, com perdas de 20% e ganhos na mesma proporção, com pequenas variações. Contudo, se a diferença nominal não se alterar, as mudanças devem ser robustas. Entre 40 e 160 milhões de mulheres e 60 e 275 milhões de homens podem ter que mudar de ocupação.

Outro estudo da consultoria, ouvindo gestores de diversos países em novembro de 2019, identificou uma previsão maior de redução (34%) do que ampliação (21%) dos seus postos de trabalho na estimativa desses empresários. Outros 28% preveem uma alteração não muito representativa (com variação de cerca de 3%).

Em relatório de 2018, o Fórum Econômico Mundial, apoiador dos aspectos positivos do que chama de 4a Revolução Industrial, pontua a inteligência artificial como um dos quatro fatores de mudança do trabalho – além da conectividade móvel, coleta massiva de dados e computação em nuvem.

É inegável que a inteligência artificial traz soluções para os labores mais complexos, potencializando a adoção de soluções automatizadas. A capacidade de processar dados permite a entrada em áreas onde hoje predomina a atividade humana, como realização de diagnósticos, elaboração de textos, relação com clientes e operacionalização de vendas ou transações financeiras. As ocupações mais suscetíveis são aquelas de tarefas de rotina tanto físicas quanto cognitivas.

De acordo com o já citado relatório da McKninsey, as atividades com maior risco de substituição serão trabalhadores de serviços (30%), operadores de máquinas (40%). Já os ganhos maiores devem ocorrer nas áreas de saúde (25%) e manufatura (25%).

Para o professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, Yuval Noah Harari,: “Trabalhos que são feitos hoje vão desaparecer ou mudar e outros novos vão emergir. Mas não sabemos se os novos serão suficientes e é um problema retreinar pessoas para os novos trabalhos. Se você é caminhoneiro e perde seu emprego para um veículo automático, como uma pessoa de 45 anos se reinventa como professor de ioga ou engenheiro de software? Mesmo que você faça isso, não será uma solução de longo termo”.

Segundo as projeções do Fórum Econômico Mundial de 2018, a estabilidade em habilidades deve ficar na casa dos 58% em 2022, com outros 42% demandando requalificação. No total, 54% dos trabalhadores deve desenvolver novas habilidades, sendo 35% com treinamento mínimo de seis meses, 9% de seis a 12 meses, e 10% de mais de um ano. “A importância das habilidades como design tecnológico e programação ressaltam a demanda por tipos diferentes de competências tecnológicas”, pontua o documento.

A Inteligência artificial, só acentuou a necessidade de requalificar-se de forma permanente, não existe mais profissão sem estudo permanente, pois as mudanças nas relações são a única constância.

Não é um robô, ou um software que vai lhe substituir, mas tudo isso junto, onde a globalização criou novos parâmetros e a automatização de algumas funções será com uma sentença de morte.

Pense em um universo com lugar pra atendentes, vigilantes ou motoristas? Conseguiu imaginar onde eles vão estar em 10 anos?

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