Recentemente, um engenheiro chinês, especialista em inteligência artificial, casou-se com uma “mulher” criada por ele. Ele declarou amor eterno a uma representante do sexo feminino em que decidiu como seria cada parte de seu corpo. Teve como testemunhas sua mãe, amigos e companheiros de universidade. Na ocasião, o rapaz, de 31 anos, disse que mantinha um relacionamento razoavelmente curto com sua senhora, a robô Yingying, mas a paixão foi avassaladora.
Depois de três anos (aparentemente tiveram tempo para se conhecer melhor), ele pediu sua mão em casamento. Como o enlace foi na China, não há legalidade na cerimônia, pois o relacionamento entre humanos e androides ainda não estão contempladas na legislação chinesa, imagino que considerando os controles de natalidade e a possibilidade do governo chinês ter mais uma base de dados da sua população, esse quadro pode mudar em breve. Que mundo é esse? Você deve estar me perguntando.
Segundo as leis da robótica, a única coisa que nenhum tipo de robô pode fazer é prejudicar um ser humano, Já que o software não está programado para isso.
Abordamos aqui dois aspectos nesse nosso texto damos destaque para as relações íntimas entre máquinas e as pessoas, uma intimidade física e emocional.
Diversas são as pesquisas que já estão prevendo essa relação como “normal” com os velozes avanços tecnológicos.
Nas pesquisas já publicadas, esse desenvolvimento fornece novas questões relativas à forma como as pessoas percebem robôs projetados para diferentes tipos de intimidade, tanto como companheiros quanto potencialmente concorrentes.
O aumento das sofisticações da IA social, como Siri e Google Home, oferta o que é apenas o início e nos convida à possibilidade de companheirismo digital, entre robôs não físicos e humanos.
Robôs de companheirismo oferecem um caminho promissor de inovação e pesquisa em áreas como cuidados com crianças, cuidados com idosos e determinados ramos da assistência psiquiátrica, prometendo o desenvolvimento de robôs para o alívio da solidão, que é especialmente evidenciada entre adolescentes e idosos, o que pode ser destacado em tempos de isolamento social como derivação da pandemia.
Provavelmente vocês já ouviram falar do aumento de robôs e bonecas que são cada vez mais reais. Os materiais evoluíram, a pele está cada vez mais macia, as feições mais perfeitas e as juntas flexíveis
Com o desenvolvimento da inteligência artificial, a tendência será ter bonecas e robôs que possam ser sensíveis ao toque, com personalidade e capazes de compreender fases programadas.
Isso já é possível, pois desde 2017, foi anunciado a primeira boneca com AI criada pelo engenheiro de nanotecnologia Sergi Santos em Barcelona. Há inúmeros outros exemplos que provam que essa será uma realidade não muito distante.
Na semana que tivemos uma polêmica em razão de um comercial em que o homem transexual Thammy vira modelo na propaganda de do dia dos pais, é preciso refletir para onde vamos e quais podem ser as paternidades e enlaces possíveis.
Mas afinal, é possível legalizar o casamento entre humanos e robôs? Ou ainda, o casamento entre robôs?
Para Gary Marchant, que é professor na Lincoln de tecnologias emergentes, de Direito e ética e também diretor do Centro de Direito, Ciência e Inovação na Universidade do Arizona (ASU) a resposta é sim.
Para ele, como a própria Suprema Corte dos Estados Unidos observa “a história do casamento é de continuidade e mudança. Essa instituição evoluiu ao longo do tempo. Casamento inter-racial, igualdade entre marido e mulher, e casamento do mesmo sexo foram todos excluídos por longos períodos de tempo sob a nossa Constituição, mas agora foram sancionados e protegidos pelos tribunais.”
Isso por si só poderia concluir que a decisão do Supremo abre as portas para o casamento entre um humano e um robô?
Para o professor a sua análise se apoia em quatro “princípios e tradições”:
1- O direito de cada um decidir e fazer suas próprias escolhas.
2- A Corte diz que “O casamento alivia o medo universal da solidão. Ele oferece a esperança de se ter companheirismo e compreensão e certeza de que enquanto ambos ainda estiverem vivos poderão cuidar um do outro.” Robôs estão sendo desenvolvidos para cuidar de humanos, portanto também atendem ao critério da Corte.
3- O casamento resguarda crianças e famílias. No futuro, poderia um robô ser um bom pai? Ser um pai eficaz? Certamente. Por que não?
4- O casamento é “fundamental para muitas práticas jurídicas da vida moderna, como herança, direitos de propriedade, acesso hospitalar e cobertura de seguros”.
É fato que que embora hoje poucas pessoas possam imaginar ou aceitar uma intimidade entre o homem e o robô, a medida que os robôs se tornam mais sofisticados e mais parecidos com os humanos, mais pessoas acabam encontrando na máquina o parceiro que lhe completa.
Da sensibilidade sintética da pele que evolui muito rapidamente, a inteligência artificial que tudo grava e aperfeiçoa.
No Japão e sua sociedade asséptica e de poucos afagos, as vendas já aumentaram 600%, junto com as vendas as funcionalidades desses robôs, desde sexo, serviços domésticos, aconselhamento. O que para os autoritários ajudam é o fato dos robôs possuírem o botão de liga e desliga a qualquer momento, pondo fim a qualquer possibilidade de DR.
É óbvio que o que move isso tudo é o interesse comercial, que ao crescer gera a escalabilidade, e logo o Japão também já começou a exportar as “mulheres robôs” para outros países, inclusive para o Brasil.
No cinema, no filme o “O Homem Bicentenário”, o robô da série NDR “Andrew” é introduzido na casa da família Martin para executar tarefas de manutenção. As reações da família vão desde a aceitação e curiosidade, até a rejeição absoluta e que por diversos atos leva o robô Andrew a descobrir que ele pode identificar emoções e corresponder em espécie. Quando Andrew acidentalmente quebra uma figurinha pertencente a “Little Miss” Amanda, ele corta um substituto de madeira, como forma de pedir desculpa a ela. A família ficou atônita com essa criatividade e “Sir” Richard Martin leva Andrew para o fabricante, para saber se todos os robôs são como ele. O CEO da empresa, Dennis Mansky, vê esse desenvolvimento emocional como um problema e deseja destruir Andrew. Irritado, Richard leva Andrew para casa e lhe permite prosseguir seu próprio desenvolvimento, encorajando Andrew a se educar nas humanidades.
Anos depois, Martin novamente leva Andrew para NorthAm Robotics para reparos após um acidente em que seu polegar é acidentalmente cortado. Richard garante primeiro que a personalidade de Andrew permanecerá sem adulteração. Andrew pede que seu rosto seja alterado para transmitir as emoções que ele sente, mas não pode expressar completamente, enquanto ele está sendo reparado. Doze anos depois, Andrew finalmente pede a liberdade dele, muito para o desânimo de Richard. Ele concede o pedido, mas bane Andrew para que ele possa ser “completamente” livre. Andrew constrói uma casa e vive sozinho.
No filme, Andrew continua buscando uma série de robôs da série NDR para descobrir se outros também desenvolveram a sensibilidade. Após quase vinte anos de falha, ele encontra Galatea, um robô NDR que recebeu atributos femininos e personalidade. Estes, no entanto, são simplesmente aspectos de sua programação e não algo que ela desenvolveu espontaneamente. Galatea pertence a Rupert Burns (Oliver Platt), filho do designer original de robôs NDR. Burns trabalha para criar mais robôs de aparência humana, mas não consegue atrair financiamento. Andrew concorda em financiar a pesquisa e as duas juntar forças para revolucionar a robótica, entretanto, ele mantém contato com Amanda, que cresceu, casou-se, teve um filho, se divorciou e agora tem uma neta, chamada Portia.
Depois de receber características humanas, Andrew volta para casa e vê Amanda, agora envelhecida, com Portia, que é a mesma que sua avó em seus anos mais novos (ambas interpretadas por Embeth Davidtz). Inicialmente, ele tem alguns problemas para se reintegrar na família, agora há apenas Amanda que realmente o conhece, mas ele consegue fazer amizade com Portia. Algum tempo depois, Amanda morre, deixando Andrew perceber que todos os que conhecem morrerão um dia. Aceitando esse fato, Andrew decide se tornar humano. Com a ajuda de Rupert, ele cria um novo tipo de órgãos mecânicos que podem ser usados
Após todo esse spoiler penso ser melhor você ver o filme, que tem no papel do robô Andrew um inigualável Robin Williams como uma máquina sensível que decide ser marido.
Na semana do dia dos pais lanço essa pergunta: Robôs podem ser maridos?
Não tenho dúvida que caminhamos para esse cenário, mas até lá muitos maridos de carne e osso poderiam deixar de ser tão robôs e lembrar que são os momentos de carinho e atenção que levaremos registrados em nossas memórias e pra isso você não precisa baixar uma próxima atualização, basta apenas revelar seus sentimentos e assim seguir seu coração.
