Pinóchio vai abrir uma rede social no Brasil

Depois de ler a recente pesquisa da Avaaz, que aponta que sete em cada dez internautas brasileiros, de um total de cerca de 110 milhões de pessoas, acreditam em ao menos uma notícia falsa a respeito da pandemia de coronavírus, Pinóquio deve se mudar para o Brasil, certo da boa fé dos brasileiros em acreditar em qualquer lorota.

Pelo mesmo estudo, 6 em cada 10 internautas receberam as fake news pelo WhatsApp, sendo que o Facebook é a segunda plataforma com maior propagação de notícias falsas, com 5 em cada 10 internautas recebendo fake news pela rede social.

Curioso é o que alimenta essa fé, que quase sempre está ligada a acreditar em uma cura fácil ao vírus, ou algum estudo que acabe por resultar em se proteger menos, levando o internauta a aumentar suas chances de contágio.

A pesquisa também foi realizada nos Estados Unidos e na Itália e aponta que usuários brasileiros acreditam mais nas notícias falsas, logo, somos líderes em acreditar em mentiras. Enquanto ao menos 73% dos brasileiros acreditaram em alguma fake news, 65% dos americanos e 59% dos italianos, acreditam nas mesmas falsas notícias.

A mesma pesquisa apontou que 80% dos entrevistados, gostariam de receber informações corrigidas por verificadores de fatos. No entanto, 57% alegaram não terem visto nenhuma correção ou sinal de alerta sobre conteúdo falso.

É justamente essa percepção que faz com que as redes sociais aumentem sua vigília na retirada de conteúdos falsos, preocupadas com a sua credibilidade já que passaram a ser o maior canal disseminador de estudos e notícias.

As fake news parecem inaugurar a era da pós verdade, onde muitos se preocupam em procurar conteúdo com o propósito de fortalecer seu ponto de vista, deixando na maioria das vezes a verdade de lado, evidenciando esse comportamento conforme os extremos se enfrentam no teatro dos debates efêmeros das redes sociais.

É tanto delírio e tanta paixão por mentiras que Pinóquio aqui ficaria rosado diante da qualificada concorrência.

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