Nos últimos anos, os celulares começaram a fazer absolutamente tudo para nós. São assistentes virtuais que fazem ligações, orientam no trânsito, orientam com relação aos nossos compromissos, são nossas agendas, disparam e-mails, acessam redes sociais, enfim, absolutamente quase tudo. E aí começa que o conforto e a facilidade acabam por criar outros problemas que não tínhamos.
Existem hoje tratamentos para o vício do uso intensivo de aparelhos eletrônicos, mas o que eu queria falar nesse artigo de hoje é sobre o uso cada vez maior de nossas crianças. Agora mesmo, enquanto você está lendo esse artigo, certamente tem algum adolescente na sua casa grudado na tela do celular.
Esses aparelhos reinventaram tudo, inclusive a forma de ver séries e desenhos. Quando que você iria imaginar que crianças e adolescentes se contentariam em ver uma série numa pequena tela de celular, trocando a grande TV da sala? Assim eles caminham, por um lado para o outro da casa, sempre com um celular na mão, é como se fossem grudados, eles e o celular, uma dependência psicológica e física que vai redimensionar muitos e novos hábitos, na maioria das vezes, não muito interessantes.
É óbvio que cortar o celular da rotina seria um atraso impossível, afinal, tente imaginar seu filho sem celular enquanto todos os coleguinhas usam. Mas o que você precisa fazer?
Bem, precisa disciplinar, precisa ter número de horas utilizadas, precisa saber quando desligar e estipular um mínimo de locais em que o celular deve ser permanentemente proibido, esse é o caso da mesa na hora das refeições, seja na primeira ou na última refeição, o olhar para cumprimentar as pessoas é um requisito básico de educação e o celular não pode interromper essa rotina.
Não são poucos os hábitos que as pessoas têm e que conseguem ser pior do que os antigos, em que pese todo o estudo, em que pese todo o avanço. Passamos a ter uma sociedade muitas vezes asséptica onde as pessoas não se falam, tudo é digital e aí nasce mais um grande problema, afinal, o mundo corporativo estuda todos os hábitos do seu filho e sabe como criar designers que criam nele a necessidade de permanecer por horas e horas e horas diante de um celular.
Não existe ingenuidade no mundo corporativo, tudo é feito para vender tempo e feito para coletar dados, tudo é feito para monetizar o uso do celular. Logo, ele tem que ser utilizado de forma equilibrada, utilizado para as necessidades realmente importantes como pesquisas e afins.
Ele tem uma dinâmica fundamental e é impossível imaginar hoje jovens sem celular, a proposta não é de tirarmos o celular deles, mas é fundamental que como qualquer outro hábito, dentro de casa se estabeleça disciplina. Sem disciplina o que teremos são verdadeiros zumbis andando dentro de nossa casa e é óbvio que somos invariavelmente culpados, não adianta colocar a culpa apenas no mundo corporativo. Quantos de nós transformam os celulares em babá dos nossos maridos? Quantos de nós, na falta de interação com o filho, colocamos ele diante de uma pequena tela e permitimos que o celular passe a ser a babá?
É fundamental lembrar pais e mães que a paternidade pertence a eles e não ao celular, logo, não deixe o celular adotar o seu filho. Isso é uma tarefa sua. Delegado.