Com o passar dos meses, estamos nos certificando de que as mudanças trazidas pela pandemia do COVID-19 têm muito mais consequências do que inicialmente tinham quando tomamos medidas de emergência, com a ameaça de nos rastejar por um longo tempo.
A pandemia que teve data para iniciar no sistema educacional do mundo, com poucos ajustes e diferenças de um país para o outro ou de um Estado para outro, parece não seguir a mesma lógica no seu tempo para acabar, afinal o momento de acabar tem significativas diferenças entre as nações, pois depende das medidas que cada lugar tomou, variando acerca do grau de contaminação e do estado social de cada país.
Quanto maior o grau de pobreza das classes menos favorecidas maior o estrago no tecido social e por consequência, no ensino daquele país. No caso brasileiro, o prejuízo é imensurável.
Afinal o mundo acadêmico que usualmente divide seu tempo por semestres, trimestres e bimestres não tem mais certeza de como terminar seus períodos e então como fazem?
Veja neste momento as diferenças de procedimento e alunos entre as instituições privadas e públicas e o abismo que se abre entre eles. Estamos assistindo um total desgoverno na política educacional do país, evidenciada pela pandemia.
Enquanto isso ao redor do mundo, nos países desenvolvidos 90% dos alunos estão tendo aulas online, com diferentes níveis de excelência e satisfação, porém sem nenhuma surpresa.
As coisas mudaram significativamente desde o início, notadamente porque o início foi uma falta de experiência cujo grau de desculpas é previsível, afinal como ter uma estratégia para esse quadro?
É claro que no Brasil tivemos pelo menos um mês a mais para se planejar, com uma execução mínima no lugar da negação ou da cultura de avestruz, tendo a razoável possibilidade para planejar projetos sérios que garantissem uma experiência de aprendizagem para os alunos que atualmente estão presos em uma espécie de “geração perdida”.