A ausência de um sistema eficiente, depurador das Fake News contribuiu para o derretimento da credibilidade das redes sociais, e com tanta notícia biliar elas viraram zona de conflito de versões na disputa pela verdade, ou apenas pelo protagonismo de influenciar.
As plataformas digitais, notadamente as redes sociais, viraram o grande espaço de divulgação na última década, ocorre que na mesma velocidade com que cresceram ampliaram-se os problemas na divulgação de conteúdo falso que levou muito dano a saúde pública e a imagem de muitas pessoas.
As regras de compliance nessas redes sociais foram sendo edificadas na medida que surgiam os escândalos denunciados pela mídia tradicional, sendo o Grupo Meta (Facebook, Instagram, Mensenger WhatsApp) o líder dessa desgastada relação, onde a verdade foi sempre a maior das vítimas na proliferação de todo tipo de sandice ao longo dos anos.
A falta de um modelo regulatório maior, permitiu que redes sociais como o Facebook virassem protagonista de muito processo eleitoral, para o bem e para o mal.
As redes e o seu “empoderamento”, deram vozes no primeiro momento até a calibragem pelos algoritmos, e logo desconhecidos viraram celebridades da noite para o dia. O curioso é que mesmo estando diante de novas gerações, com absurdo acesso a informação de qualidade, esses jovens estão mais preocupados em “causar” no protagonismo da fonte, do que identificar se o que dizem e espalham faz sentido, e logo essa ausência de compliance derreteu a credibilidade das redes sociais que tudo aceitam.
São tempos, onde os extremos das opiniões e notícias assumem o protagonismo da verdade. O que mantém Freud atual quando sobre a comunicação de massas onde nela: “A maldade é a vingança do homem contra a sociedade pelas restrições que ela impõe. […] É o resultado do conflito entre nossos instintos e nossa cultura”
A reconstrução dos valores, passa por ressignificar a verdade, onde o empoderamento deve ser dos fatos narrados e comprovados e não de falsos protagonistas que procuram minutos de fama, embalados por interesses pessoais e insensíveis a verdade e as pessoas.
A liderança do Facebook, vem sendo seriamente ameaçada pela Chinesa, dona do TikTok, mas é a mesma coisa? Tem a mesma influência? Não porque audiência de dancinha não representa mudança, apenas mais distração nas redes sociais, onde anunciantes precisam gastar ainda mais para converter cada vez menos. O concorrente de uma rede social, não precisa ser outra rede social, mas qualquer atividade que retire a audiência, e por isso as redes focam nos vídeos, que realizam uma maior retenção dessa audiência, na briga pela sua atenção.
Para alguns, como diz a melodia “é o começo do fim ou o fim do caminho” . As redes podem estar perdendo o seu protagonismo, por qualquer outra atividade digital que dispute a audiência, pode sim ser para os canais de streaming, e logo as redes estão se tornando divulgadoras de vídeos.
De fato, as publicações dos seus amigos continuarão lá e as suas também. Mas o modelo que consagrou o Facebook parece estar em declínio por causa do TikTok. Ou seja, no novo mundo, as plataformas focam mais em conteúdos “bombados” e menos nas conexões sociais.
As indicações de mudança estão por todos os lados. “O feed está deixando de ser guiado por pessoas e contas que você segue para ser guiado por conteúdo recomendado por inteligência artificial (IA)”, como já disse Mark Zuckerberg.
Como disse em uma entrevista ao canal CNBC, Blake Chandlee, presidente global de soluções de negócio do TikTok, falando sobre o concorrente: “O Facebook é uma plataforma social. Eles criaram seus algoritmos baseados nas conexões sociais. Somos uma plataforma de entretenimento. A diferença é grande”.
Para recuperar o tempo perdido na disputa da sua atenção e dos seus dados, o fundador do Facebook, pretende ficar mais parecido com o rival chinês, por isso já prevê que cerca de 15% do conteúdo no Facebook é sugerido e exibido por meio de IA e não depende de quem você segue. Para o ano que vem, o objetivo do executivo é chegar à marca de 30% nos dois serviços. Isso deve colocar no feed, principalmente, vídeos curtos postados por estranhos, principal pilar do modelo do TikTok.
Logo fica claro que o componente social parece ter ficado para trás, para isso já possuímos outros aplicativos, como o próprio WhatsApp.
É uma mudança de um paradigma que atravessa décadas. A ideia de grupos de pessoas reunidas online em torno de interesses comuns foi descrita pela primeira vez em 1993 pelo acadêmico americano Howard Rheingold, que cunhou a expressão “comunidade virtual”. Em 2003, o Friendster emprestou alguns dos conceitos de Rheingold para inaugurar oficialmente a era das redes sociais.
Nos anos posteriores, veio uma chuva de serviços que apostavam nas conexões entre pessoas conhecidas como mola propulsora do conteúdo online. Os brasileiros, por exemplo, se apaixonaram pelo Orkut em 2004. No mesmo ano, Zuckerberg criou, dentro da Universidade Harvard, o Facebook. A premissa dos serviços era reunir gente dos mesmos círculos sociais.
Foi Zuckerberg, porém, quem melhor entendeu o poder do conteúdo mediado por parentes e amigos. Em 2006, ele lançou o Feed, o que não apenas permitia às pessoas se conectar, como também compartilhar posts.
O sucesso foi tanto que, na década seguinte, o Facebook se esforçou para preservar o formato. Em 2016, a empresa passou a priorizar a publicação de conhecidos no Feed em detrimento de páginas, inclusive de veículos jornalísticos.
Lançado em 2018, o TikTok ignorou a ideia de conexão de conhecidos. A empresa, que autodenomina seu app como uma plataforma de entretenimento (e não uma rede social), focou nos criadores de conteúdo e nas ferramentas de edição. O segredo do sucesso, porém, era o algoritmo de distribuição.
Neste ano, o Instagram colocou, de vez, os vídeos curtos no centro do app. Adam Mosseri, presidente da rede social, afirmou que o app iria transformar, automaticamente, todos os vídeos na plataforma em Reels. Além disso, recomendações de vídeos estariam presentes no feed principal e em tela cheia. O Reels é mais um dos esforços empreendidos ao longo dos últimos anos com o objetivo de aproximar o Instagram do TikTok.
O Instagram, em 2020, passou a permitir que seus usuários fizessem vídeos com duração máxima de 60 segundos – até então, o limite do conteúdo era 15 segundos. A mudança veio para confrontar os vídeos de até 3 minutos que o TikTok liberava para seus usuários.
Em números, fica clara a necessidade de mudanças de gigantes como o Facebook. Em fevereiro, a plataforma registrou queda de usuários pela primeira vez na história: a rede social perdeu cerca de 500 mil usuários diários globalmente nos últimos três meses de 2021. No último mês de julho, a companhia registrou a primeira queda de receita na sua história: US$ 28,8 bilhões no trimestre encerrado em junho passado, ante US$ 29 bilhões do mesmo período de 2021.
Em 1980, Jon Postel, um pioneiro da rede, enunciou um princípio de robustez para o TCP/IP que acabou conhecido como “a lei de Postel”: “para a rede se manter sólida e funcional, devemos ser conservadores no que fazemos, e liberais no que aceitamos dos demais”. É a própria definição de comportamento tolerante e sensato. Extrapolemos a “lei de Postel” para o comportamento dos usuários da rede e resultará que, se é certo que receberemos coisas indesejadas, falsas, ofensivas, até perigosas, de nosso lado, porém, deveríamos sempre agir de forma ética e contida.
Nesse momento na Internet estão conectados smartphones, notebooks e outros equipamentos fabricados por milhares de companhias diferentes. A própria Internet é formada por mais de 50 mil redes diferentes, administradas por instituições diversas, usando equipamentos de várias centenas de fabricantes. Como tudo isso funciona em conjunto? Bem essa ampliação de canais de comunicação, com a acessibilidade de todos, ao mesmo tempo que democratizou o acesso, possibilitou que a nossa rotina fosse invadida por todo tipo de conteúdo e de pessoas, gostemos ou não.
De uma hora para outra, as redes sociais, pelo seu sistema de compartilhamento, que reproduz a economia de atenção, fez e faz multiplicar diariamente toda sorte de conteúdo, uma parte dele sem filtro de veracidade e confirmação alguma, e logo temos muito barulho e uma imensa perda de tempo e de energia que são consumidos para separar o joio do trigo, a verdade dos delírios das inúmeras teorias da conspiração.
Portanto um dos desafios em meio a essa turbulência de informações, é conquistar algum controle sobre o mundo contando histórias sobre o mundo, com nossas intervenções, nem sempre exitosas de dar uma certa crítica a narrativa delirante.
Um marco de referência para esse período bem poderia ser o escândalo do Wikileaks, que pode dar uma primeira dimensão a essa zona cinzenta de desinformação.
Assange redigiu uma análise do sistema conspiratório do governo e como atacá-lo, com o título “A conspiração como governança”. Para Assange, todos os sistemas autoritários são conspirações porque seu poder depende de guardar segredos de seu povo. Os vazamentos minam esse poder não por causa do que vaza, mas porque o incremento no medo e na paranoia internos prejudica a capacidade de o sistema conspirar. O que é prejudicial não é o ato do vazamento em si nem o conteúdo do vazamento em específico.
Com o tempo o Wikileaks acabou servindo para alimentar a guerra entre as inúmeras agências informação e os seus respectivos governos, com as mais variadas trocas de acusações.
E assim, as redes e o nosso espírito por ter sempre uma fé maior no campo do imaginário e fantasioso, seja pela dureza da realidade ou pela paixão lúdica pela fantasia, tornou a internet um ambiente pouco saudável para verdade, onde nunca se teve tanta informação e de onde brota tanta ignorância.
Tente ver nas notícias que aparecem compartilhadas em suas redes sociais por alguns dos seus amigos e você vai ficar impressionado com a fonte, invariavelmente desconhecida delas, de veículo de comunicação com nomes similares e parecidos aos grandes veículos, e com jornalistas e ou articulistas dos quais você nunca ouviu falar, afinal, boa parte deles são apenas robôs programados para distribuir conteúdo mentiroso, que cria barulho e desinforma.
Dentro desse contexto, amplia-se a importância do Marco Civil da Internet no Brasil através da Lei 12.965/14, e que estabelece, em seu segundo artigo, que a disciplina de “uso da internet no Brasil tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão”, bem como a “pluralidade e a diversidade” e, também, a finalidade social da rede. Dentre os princípios, previstos no artigo seguinte, além da liberdade de expressão, há necessária indicação da preservação da “natureza participativa da rede”, propiciando a continuidade de liberdade de interação/participação neste ambiente digital que é a Internet. Pari passu, é importante analisar a proximidade cultural advinda das comunidades virtuais e, também, as características e peculiaridades da Internet nas inter-relações multiculturais e globais e ela precisa ter uma linguagem técnica única, ainda que nas redes sociais as diferenças sejam gigantes.
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