A elevação acentuada dos preços dos hidrocarbonetos, vem servindo de combustível (redundância) para alteração da nossa frota de veículos movidos a combustão, para os movidos a energia elétrica.
Em meio a um polêmico projeto de privatização da Eletrobras, acabamos politizando questões técnicas que são fundamentais.
Nesse momento qual a nossa participação no mercado de automóveis híbridos e elétricos? Quantos desses veículos são produzidos no Brasil? Qual a política regulatória para estimular esse modal?
Se no início, havia um propósito de ter estatais para desenvolver o mercado e fazer investimentos necessários, esse propósito permanece?
Sabidamente com o modelo adotado, no primeiro momento a tarifa deve reduzir sim, pois o valor da privatização vai compor a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). O que deve representar cerca de R$ 32 bilhões que irão para essa conta de forma parcelada anualmente. Porém é bom lembrar que as cotas das usinas da Eletrobras, cujo preço da energia é mais barato, no momento que forem privatizadas passarão a seguir o valor de mercado, o que pode sim representar uma aumento.
Lembro que a descotização da energia das usinas da Eletrobras vai ocorrer em 5 anos, assim a cada ano, 20% da energia deixará de ser cota (sistema que garante preço mais baixo) e vai para o mercado, o que implica dizer que teremos a certeza desse efeito em cinco anos.
Logo essa conta ainda é cedo pra ser feita, mas considerando o histórico do processo de privatização, no médio prazo teremos sim uma energia mais cara, logo a auto geração ganha um papel fundamental na competitividade de produtos e serviços brasileiros.
Paralelo a esse movimento do mercado, a tecnologia vem sendo parceira com inúmeras experiências no mundo. O uso de drones e robôs para verificar instalações, limpeza ou melhoria de infraestruturas, entre muitas outras funcionalidades vem tomando corpo em todos os lugares e no Brasil não poderia deixar de ser diferente.
Com isso as usinas renováveis, além de produzir energia, também estão se tornando um campo de experimentação para o tecido empresarial mais inovador, acomodando startups de todo o mundo que buscam e propõem soluções para as atividades cotidianas dessas instalações.
Para inspecionar as infraestruturas, hoje já se usam robôs de escalada que graças a um sistema magnético escala o eixo de uma turbina eólica que pode chegar a 100 metros de altura, e consegue verificar o status das soldas articulares da torre. Uma tarefa que facilitaria muito os tempos e a segurança das pessoas que trabalham na operação e manutenção dessas instalações.
Uma nova iniciativa que está sendo aplicada é o uso de robôs para a revisão externa e interna das lâminas das turbinas eólicas. Esse método de robôs multifuncionais facilita as tarefas das equipes de revisão de infraestrutura, reduzindo o tempo de inatividade da instalação e aumentando a segurança das pessoas.
Startups já desenvolvem também, para a inspeção de dutos e instalações subterrâneas, drones de navegação autônomos e veículos terrestres controlados remotamente, além de veículos submarinos controlados remotamente para a inspeção de infraestrutura submersa.
Tecnologia que vence sempre será aquela que represente um aumento da comodidade e do conforto para seu usuário, e isso não depende apenas da solução, mas também de um conjunto de fatores que venham a recepcionar essa nova tecnologia.
Tente imaginar nossos celulares sem um conjunto de normas que tenha criado um ambiente de incentivos e obrigações para os prestadores de serviço? Já pensou aparelhos sem linhas e sem cobertura? Transmissão de dados travando? Isso apenas para ficar no exemplo dos celulares.
O mesmo ocorre com a oportunidade e o desafio da microgeração, transformando a maior parte das nossas casas e edifícios, sejam eles comerciais ou residenciais, em autoprodutores de energia? E assim contribuindo cada qual com a sua parcela?
É certo que por hábitos os grandes problemas parecem repousar nas costas dos nossos governantes de plantão, como se cada um de nós não tivesse também a sua participação na solução.
Tornar obrigatória a participação na geração de novas fontes de energia é um dever de todos e acima de tudo, uma medida de segurança energética, ou vamos eternamente viver e conviver com os pesadelos de ex-tarifários e cortes?
Nesse momento há um esforço mundial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Na Europa, existe um envolvimento de vários países para diminuir essas emissões em 55% até 2030, em comparação com os níveis de 1990. O Brasil, embora de forma tímida, também procura fazer a sua parte. No País, o transporte é responsável por 40% a 60% das emissões de gases de efeito estufa nas cidades, e tem potencial para diminuir em torno de 45% desse total até 2050, de acordo com estudo da Coalition for Urban Transitions.
Para isso, é preciso substituir o uso de combustíveis fósseis (como gasolina e diesel) por opções sustentáveis. Entre elas está o uso de energia elétrica estocada em baterias para mover motores de carros, motos, ônibus e caminhões.
O Brasil tem uma frota com cerca de 112,5 milhões de veículos. Parte relevante é composta por caminhões com idade acima de 20 anos. O que significa que são veículos que rodam com tecnologias antigas e poluentes.
O desafio é enorme, envolvendo esforços de várias empresas que compõem o ecossistema de mobilidade, como montadoras, sistemistas, fabricantes de bateria, companhias responsáveis por montar a infraestrutura, além de ações do Poder Público para estimular essa transição energética que move o transporte.
No caso de veículos leves, segundo uma reportagem do Estadão, em 2021, foram comercializadas 34.990 unidades eletrificadas (100% elétricos e híbridos). E, no primeiro quadrimestre deste ano, outras 12.976 unidades foram vendidas, o que indica crescimento de 78%, em relação ao mesmo período de 2022. A previsão é de que, até meados de agosto, a frota circulante de eletrificados, no Brasil, ultrapasse 100 mil veículos. Poderia haver mais carros elétricos se chegassem ao consumidor final com preços mais convidativos. Mas isso ainda deve demorar um pouco em razão de diversas resistências colocadas para o avanço da eletrificação, que vão além dos custos elevados.
Só carros elétricos não garantem a descarbonização do mercado automotivo. É preciso ir além. Por exemplo, montar infraestrutura de eletropostos nas cidades e nas estradas para oferecer pontos de carregamento das baterias desses veículos. É necessário também saber o que fazer com as baterias que, daqui a alguns anos, serão descartadas e substituídas por mais novas. Há ainda a necessidade de substituir ônibus e caminhões a combustão por modelos com motores com propulsão elétrica, o que requer altos investimentos. Desafios que sempre geram oportunidades não faltam.
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