BIKE ELÉTRICA VOCÊ AINDA VAI TER UMA.

Quantos anos da sua vida o trânsito poder furtar? Quanto anos ao longo da sua vida você vai perder em congestionamentos infindáveis, que já não são mais privilégio apenas de grandes metrópoles, como São Paulo, Rio de Janeiro ou Porto Alegre.

Qualquer cidade com mais de 100 mil habitantes passa hoje por congestionamentos infernais, apenas abreviados nesses tempos de pandemia, que em muitos caso produz efeitos curiosos, afinal ao mesmo tempo que o home-office retira milhões de carros de nossas ruas a suspensão e o medo de contaminação nos veículos de transporte público faz com que muitos retirem seus carros da garagem, diminuindo e muito a queda projetada no trânsito, por isso em plena pandemia muitas cidades ofertam horas e horas de trânsito intenso.

Logo, as soluções logísticas de longo prazo como o transporte coletivo (ônibus, trens e metrô), acabam dando espaço para soluções de curto prazo e assim nossos deslocamentos ganham alternativas, como carros compartilhados, patinetes e bikes elétricas.

Se já vinham crescendo em vendas, após a pandemia, as vendas das bikes elétricas saltaram 85% em mercados gigantes como nos EUA, segundo uma pesquisa feita NPD Group. Isso fez a festa dos varejistas que hoje tem fila de entrega para a maioria dos modelos.

Assim os deslocamento de até 12 kms vem sendo feito por bicicletas elétricas nos mais variados estilos. Em muitas cidades, a recente experiência do compartilhamento de patinetes e bikes, foi o sopro que essa solução precisava, e assim a saúde e o trânsito agradecem.

Cada vez mais sofisticadas e com mais acessórios, com designs para todos os gostos, as bikes elétricas que durante muitos anos carregaram o estigma de serem veículos para gente preguiçosa e idosa, agora ganham o ar de permitir ir à distâncias maiores de forma menos extenuante e agradável, pois seu uso deixou de ser para o passeio e passou majoritariamente para o deslocamento da casa para o trabalho.

A evolução das informações e de itens de segurança nessas bikes vem contribuindo para que elas possam em breve dominarem a cena urbana como em muitas cidades da China.

Muitas bikes elétricas usam um sistema de motor e sensores para detectar a velocidade ou a fadiga com que se pedala e determinam quanta potência devem oferecer, é essa inteligência no uso que vem ajudando a aumentar seu uso, pois dessa maneira quem pedala com dificuldade ou devagar em uma subida, o motor acaba usando mais pot6encia compensando a necessidade de esforço.

Como podem atrair ladrões, boa parte delas possui seguro, o que já dá uma ideia do tamanho desse mercado, assim muitas tem até sistema de rastreabilidade.

O crescimento nas vendas vem demonstrando que as vantagens superam os problemas de peso mais elevado e custo maior. A evolução da pandemia em novos estágios de rotina deve acelerar as vendas ainda mais, pois as próprias autoridades de saúde aconselham que quem precisa de carro para trabalhar vá sozinho, o que torna a bike elétrica uma senhora alternativa.

Paris, por exemplo, que começou um plano de retomada gradual de suas atividades, lançou um plano para incentivar o uso de bicicletas, medida que vem sido seguida por diversas grandes metrópoles no mundo.

Utilizando Paris como referência, hoje das viagens realizadas cotidianamente na região metropolitana parisiense, 60% são inferiores a 5 quilômetros, essa distância pode ser percorrida em 20 minutos de pedaladas, o que dispensa a necessidade de automóveis e para se ter uma ideia da cultura de bicicletas lá, para uma população de cerca de 67 milhões de pessoas, a frota de bikes é de 30 milhões de bikes.

A adesão não precisa ser muito grande, mas imagine se para cada cidade do mundo 5% dos carros fossem substituídos por bikes, quantos milhões de carros deixariam de circular, melhorando o trânsito, o ar e a saúde das pessoas?

O incentivo do governo francês aumentou a rede de ciclovias em 50 quilômetros na região conhecida como Ile de France (Ilha da França), que inclui a cidade de Paris e arredores, com área de cerca de 12 mil quilômetros quadrados e que abriga cerca de 12 milhões de pessoas, já nos subúrbios foram adicionados mais de 100 quilômetros, além disso, o governo anunciou a liberação de € 20 milhões para estimular o ciclismo após o fim do confinamento, o que inclui uma subvenção de € 50 para consertos de bicicletas.

Para resolver os problemas de mobilidade, que são mundiais, é preciso fazer ajustes pontuais e diversificados na micromobilidade e na inteligência de informações disponibilizando conteúdo para todos de forma clara e acessível, assim a escolha por caminhos e meios de locomoção passa a ser mais inteligente e assertiva.

Não existe solução isolada, ela passa necessariamente pela união da sociedade civil e de todas as esferas de entes governamentais, seja pela modelagem legal no direito urbanístico ou em incentivos fiscais por meios menos poluentes. Vias e imóveis precisam ser ajustados para estimular esse modal não poluente de duas rodas.

O custo do trânsito é pago por toda sociedade através da sua saúde e do tempo perdido em milhares cidades, no Brasil ou em qualquer parte do mundo.

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