AO INFINITO E ALÉM!!!

A ciência e a arte tem por caminhos diversos a capacidade de encantar, em ambos a experiência expande nossa mente, e é por isso que a ignorância e o negacionismo que encontra espaço nas mentes e corações pobres de espírito sempre nos assusta.

Nessa semana com a divulgação da primeira imagem do Telescópio Espacial James Webb das galáxias jovens que se formaram no universo jovem há mais de 13 bilhões de anos cativaram, feitas pela NASA, uma janela gigantesca de novas descobertas se abriu, afinal devido ao alcance do telescópio, poderemos inclusive saber se existe possibilidade de vida em outros planetas.

A imagem mostra um aglomerado de galáxias chamado SMACS 0723 como apareceu há 4,6 bilhões de anos, aproximadamente na época em que a Terra se formou, agindo como uma lente gravitacional e ampliando as galáxias muito mais distantes e antigas que aparecem por trás dela.

Assim como a ciência que abre seus horizontes a arte que imita a vida numa relação dialética e dual, Buzz Lightyear o boneco astronauta, que já  desbancou Michael Caine e Al Pacino entre outros medalhões da sétima arte com a sua frase sendo eleita pelo público como a favorita nos cinemas: “Ao infinito… e além!”. O telescópio cria literalmente um universo de novas possibilidades.

O administrador da NASA Bill Nelson revelou a imagem em uma reunião na Casa Branca com o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris. Ele disse que as galáxias mais antigas da imagem poderiam ser rastreadas 300 milhões de anos desde o nascimento do universo há 13,8 bilhões de anos. A imagem do “campo profundo” cobre um pedaço do céu do tamanho de um grão de areia segurado com o braço estendido por alguém no chão, disse Nelson. É um composto feito de imagens em diferentes comprimentos de onda infravermelhos durante um período de 12 horas.

A NASA e seu parceiro, a Agência Espacial Europeia (ESA), publicaram ainda mais quatro observações científicas do telescópio de US$ 10 bilhões. Um deles incluirá uma análise de um planeta orbitando uma estrela distante. O espectro do planeta gigante gasoso Wasp-96b, que orbita uma estrela a 1.150 anos-luz de distância, indicará a composição química de sua atmosfera.

Os astrônomos esperam que essa técnica eventualmente mostre quais planetas provavelmente abrigarão vida, por exemplo, através da presença de metano, oxigênio e moléculas orgânicas, embora a descoberta de outro mundo habitado não seja esperada em um futuro próximo.

As outras três observações mostrarão: Nebulosa de Carina, um “berçário estelar” a 7.600 anos-luz de distância; a Nebulosa do Anel Sul, uma gigantesca nuvem de gás em expansão a 2.000 anos-luz de distância; e o Quinteto de Stephan, um grupo compacto de cinco galáxias a 290 milhões de anos-luz da Terra.

Essas imagens científicas vêm de cinco dias de observação, logo pense no que pode vir pela frente com mais imagens sendo estudadas?

As imagens de Webb têm cores falsas adicionadas para mostrar os comprimentos de onda observados porque são registrados na região infravermelha, além do alcance dos olhos humanos. Em contraste, o Telescópio Espacial Hubble, que ainda está funcionando após 32 anos em órbita, observa a luz visível.

Depois de três décadas de projeto e construção, atormentado por atrasos e excessos de custos, Webb fez um lançamento perfeito em um foguete Ariane 5 no dia de Natal do ano passado.

O lançador guiou webb tão precisamente na direção certa em direção ao seu destino, o “segundo ponto Lagrange” a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, que a espaçonave teve que usar menos combustível do que o esperado para o posicionamento final. A precisão do lançamento ampliou a vida útil esperada do telescópio, segundo a NASA a especificação original era de cinco anos com uma meta de 10. Agora Webb pode facilmente alcançar 10 anos e poderia continuar por 15, entregando muito mais imagens.

Em 2022 comemoramos 61 anos que o primeiro homem foi lançado no espaço, exatamente em 12 de abril de 1961. A bordo da nave Vostok 1, o soviético Yuri Gagarin, deu o primeiro grande passo da Corrida Espacial, protagonizada na época por Estados Unidos e União Soviética, que viviam em plena Guerra Fria.
Para estar ali e colocar seu nome na história, esse homem com apenas 1,57 m de altura e pesando 69kg, disputou a vaga com outros 19 pilotos previamente selecionados após testes físicos e psicológicos rigorosos, e foi escolhido por conta de seu excelente desempenho durante o treinamento, além de ter uma origem camponesa, o que por certo contou muito para o regime político comunista.

Ainda antes de embarcar, Gagarin disse algumas palavras. “Em poucos minutos, possivelmente uma nave espacial irá me levar para o espaço sideral. O que posso dizer sobre estes últimos minutos? Toda a minha vida parece se condensar neste momento único e belo. Tudo o que eu fiz e vivi foi para isso!”, declarou. Já no espaço, enquanto a Vostok 1 dava a sua única volta em órbita da Terra, Yuri, aos 27 anos de idade, não segurou a emoção e disse: “A Terra é azul! Como é maravilhosa. Ela é incrível!”. Frase que hoje povoa milhares de poemas, e letras de músicas.
Com apenas 108 minutos de duração, a uma altura de 315 km a partir da superfície, em uma velocidade de 28 mil km/h, o primeiro voo tripulado entrou para história. Com avanços tecnológicos bem mais simples, o cosmonauta se manteve em contato com a Terra usando diferentes canais via telefone e telégrafo. Fato curioso, é que em sua volta ao planeta, os cientistas soviéticos acabaram errando o cálculo da trajetória de aterrissagem da nave, fazendo com que Gagarin retornasse à Terra caindo no Cazaquistão, a cerca de 320 km do local da decolagem. Então, quando Yuri aterrissou de volta ao nosso planeta, ainda precisou esperar, sozinho, até que a equipe o resgatasse. Cá entre nós considerando o tamanho do feito, nem deveríamos chamar de erro.

A nave Vostok 1, media apenas 4,4 metros de comprimento por 2,4 m de diâmetro e pesava 4.725 quilos, ali haviam dois módulos, sendo um para acomodar os equipamentos e tanque de combustível, enquanto o outro era a cápsula onde o cosmonauta registrava a experiência.

Quase 60 anos depois, longe da guerra fria e fazendo parte de uma corrida comercial, a empresa SpaceX, de Elon Musk, permite que até quatro passageiros possam contratar a espaçonave Dragon para um passeio pela Terra, o mesmo passeio de Gagarin.

Logo imagine o rastro de descobertas feito após o primeiro voo de um homem no espaço, pois se a cem anos atrás achávamos que existia uma única galáxia. Agora, o número é ilimitado. São bilhões de galáxias, com bilhões de estrelas e bilhões de sóis, o que pode dar a dimensão de quão pequenos somos diante do universo de descobertas que estão por vir, pois de fato o universo está agora sendo visto sob uma nova luz.

A grandeza da descoberta, fruto da decisão política de se fazer ciência nos leva a reflexão do valor do conhecimento e do investimento em ciência, que sempre será menor que o prejuízo que a ignorância nos traz.

Como diz Buzz e sua Jornada para ser Lightyear, que possamos seguir “Ao infinito e além” ultrapassando os limites que pobres de espírito tentam nos criar. Viva a Ciência!!

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