Flávio Cavalcanti foi ao lado de Chacrinha e Silvio Santos, um dos maiores nomes da nossa televisão, desenvolvendo estilos de condução próprios para programas com auditório, jurados, atrações musicais, entrevistas e brincadeiras como muitos de seus sucessores, com variações por limitações do formato e pela aceitação comprovada desses estilos. No caso de Flávio, uma das suas marcas inesquecíveis do seu programa eram o frenético uso de seus pares de óculos, retirados e colocados constantemente e o modo de chamar os intervalos comerciais, com o dedo em riste, que era focalizado pela câmera, com a frase: “Nossos comerciais, por favor”. E me socorro dele para falar desse assunto para lá de polêmico.
Como se sabe a publicidade na internet está por todos os lados, anúncios de todos os tipos e tamanhos são distribuídos por redes como Google Ads e Facebook Ads, esteja você no computador ou no celular. Pipocam também, aos montes, os famosos Ad Blockers, publicidade que sustenta a internet, que não é de graça.
A lógica é sempre a mesma, visualizações e cliques rendem dinheiro, quanto mais, melhor. Para obter sucesso, mineram-se dados dos usuários e visitantes para oferecer os tais anúncios direcionados, cada vez mais certeiros, nasce aí a polêmica no uso de dados do visitantes (usuário), cada dia mais regrado e cada dia mais polêmico.
É evidente que com o passar do tempo (e com o abuso de alguns), os usuários começaram a ficar cansados de serem impactados por anúncios, muitos em pop-up, sobrepondo o conteúdo que gostariam de consumir. Ficou mais fácil anunciar, mas também ficou fácil ficar incomodado com os anúncios. Foi então que surgiu, em 2006, o AdBlock Plus, incluso na lista de complementos do Mozilla Firefox, um AdBlock é um bloqueador de anúncios, em forma de extensão (plugin) e disponível para diversos navegadores de internet incluindo na lista Google Chrome, Safari, Firefox e Opera. Ele já funcionou no Internet Explorer, hoje substituído pelo Microsoft Edge. No primeiro momento a proposta era de apenas oferecer uma extensão para navegador, gratuita, que permitisse personalizar a experiência na web, ou seja, decidir quais anúncios você está interessado em ver, quase sempre, culminando em bloquear todos os anúncios.
Ao término disso, quem acaba sendo prejudicado são os anunciantes e plataformas digitais, que precisam buscar outras formas de se monetizar e acredite, o que não falta são formas de se monetizar na internet. Logo, os bloqueadores de anúncios são o terror dos anunciantes, eles causam impactos negativos em campanhas, isto é, prejuízo.
Nesse momento o maior navegador do mundo, o Google, incluiu um bloqueador de anúncios nativo no Chrome, que bloqueia as propagandas invasivas. Na prática, o sistema não bloqueia anúncios que não incomodam e a tendência é de que os sites, cada vez mais, respeitem as regras e não trabalhem com formatos de publicidade que caiam no bloqueio de ads. É de se destacar que outras redes, que não adotaram essa abordagem, tentam alterar o código da publicidade para enganar os bloqueadores de anúncios, njesse jogo o Facebook é citado como a rede social que está sempre tentando burlar bloqueadores de anúncios e fazer o rato escapar.
De acordo com o AdBlock, a iniciativa define critérios rigorosos que identificam anúncios “não intrusivos”. Graças à iniciativa, os usuários do Adblock Plus têm a opção de exibir “anúncios certificados” que são parte da iniciativa de Anúncios Aceitáveis.
Nessa guerra a Apple adiou para o início de 2021 a mudança nas configurações de privacidade que levará os usuários de seus dispositivos a ter muito mais controle sobre o rastreamento de suas informações pessoais por outras empresas, para dar aos desenvolvedores um pouco mais de tempo para fazer mudanças e se preparar para isso.
Na prática, a mudança significa que os usuários terão que decidir especificamente se aceitam que cada aplicativo que instalamos pode sistematicamente nos espionar através de toda a web, algo que, logicamente, a grande maioria dos usuários dirá não. Se pensarmos friamente, a questão é alucinante: o que eles estão nos dizendo é que até agora, qualquer aplicativo que instalamos estava se dedicando a nos espionar sistematicamente e sabendo o que estávamos fazendo não mais dentro do aplicativo, mas quando visitamos quase qualquer página na web, e isso também era “normal”. Bem, na verdade, eu prefiro imaginar um site onde a privacidade se parece mais com como funciona na vida real.
Ná prática é uma nova regra entre quem respeita mais ou menos a nossa privacidade e a RGPD e a LGPD estão ajudando a reescrever esse novo capítulo da internet, onde a sua privacidade e seus dados ganham destaque.