A MORTE DO INTERNET EXPLORER

O Internet Explorer vai morrer, dessa forma a maioria dos meios noticiosos, comunicou a decisão da Microsoft em descontinuar o seu produto de forma progressiva. Logo, é fundamental dizer, sim ele vai morrer e dizer também, não a morte não será hoje.

Tudo isso faz parte de uma confusão na forma de comunicar e se deixa de lado o conceito fundamental deste ato da Microsoft, mesmo produtos digitais que já dominaram totalmente o mercado pode ser descontinuados sim.

Deixa lição que a descontinuidade de produtos na economia digital não implica em crise ou morte da empresa, por sinal, a Microsoft está muito longe disso. Podemos extrair muitas lições desse ato feito pela Microsoft, afinal, não é todo dia que uma empresa como a Microsoft, uma das 5 empresas mais valiosas do mundo, anuncia que vai descontinuar seu navegador que já foi líder absoluto do mercado.

A empresa confirmou o navegador totalmente reformulado, que será lançado com o Windows 10 e atualmente é conhecido como Project Spartan, adotará uma nova marca, ainda não revelada.

Logo, destacamos que ele não vai morrer tão cedo, mas sim, morrer em breve, de forma programada, como convém a uma grande empresa de tecnologia, afinal, embora o Windows 10 tenha como navegador principal o Project Spartan, ele também será lançado com o Internet Explorer, especialmente para manter a compatibilidade com tecnologias antigas que ainda são usadas dentro das empresas, como os temidos controles ActiveX, ou seja, ninguém vai fica na mão de um dia para o outro, tudo será feito com total respeito as regras do nosso Código de Defesa do Consumidor.

Todos os usuários terão tempo, pois tudo será gradual. A partir do mês de novembro, a ferramenta para comunicação do pacote Office 365 não será mais compatível com o Explorer 11 e em agosto de 2021, a medida será estendida a todos os aplicativos da Microsoft.

Esse ato explica muito sobre a nova economia e a instrumentalização jurídica dessas relações, afinal a empresa que já vem promovendo o Edge, criado a cerca de 5 anos para substituir o Explorer gradualmente, o prepara com muita calma, para dessa maneira criar uma nova cultura, afinal, apesar desse período o produto apresenta apenas 2,8% de participação no mercado.

Um mercado que tem como líder o Chrome, lançado pela Google, fica na frente com 66% do mercado, seguido do Safari, a Apple (17%) e do Mozilla Firefox (4,2%), ou seja, o produto da Microsoft ocupa apenas a quarta posição em um mercado em que ela já foi líder absoluta.

O browser continuará funcionando e seguirá recebendo atualizações de segurança junto ao Windows durante os próximos anos, afinal, em informática se vende mais do que um simples produto, se vende cultura e isso requer tempo de adaptação.

Em que pese todo cuidado da Microsoft em comunicar como ocorrerá, não faltam chamadas sensacionalistas como: “Internet Explorer, que dominou web por duas décadas, chega ao fim”, “Microsoft anuncia a aposentadoria do Internet Explorer”, “Microsoft anuncia fim do Internet Explorer para agosto de 2021”, entre tantos outros títulos chamativos.

Mas se não é verdade, por que foi anunciado dessa forma? Porque a mídia vive de comprar a atenção dos leitores, logo a escolha das palavras é fundamental. Aparentemente a própria Microsoft tem sua parcela de culpa, para explicar que o IE11 continuará a receber suporte, ela diz que “o Internet Explorer 11 é um componente do sistema operacional Windows e segue a Política de Ciclo de Vida do produto no qual está instalado”. O que pra muitos é puro “Rolando Lero”.

Ao se ler o comunicado de forma atenta, pode-se depreender que que na prática, o suporte do Internet Explorer 11 só vai acabar quando estas versões do Windows deixarem de receber atualizações: Windows 10, Windows 8.1 Update, Windows Server 2012, Windows Server 2012 R2, Windows Server 2016 e posteriores. E só para registro, ele recebeu na semana passada a sua última atualização. Logo, não se desespere, pois a Microsoft pretende manter o Windows 10 como a “última versão” do sistema operacional, atualizando-o a cada semestre. Enquanto isso acontecer, o IE 11 seguirá tendo suporte.

Antes de se desesperar, lembre-se que o fato da empresa citar explicitamente que uma versão específica do Windows 10 possui o Internet Explorer pode significar que apenas edições corporativas virão de fábrica com o navegador antigo.

Depois de muitas tentativas de recuperar o prestígio, do Explorer, perdido a muito tempo, pareceu mais sensato e principalmente barato, o uso de uma nova marca, fugindo assim dos inúmeros receios dos seus usuários.

Quais são as principais lições desse movimento da empresa de Bill Gates?

Primeiro, mesmo grandes conglomerados erram, logo não se desmotive com as experiências traumáticas que a sua empresa pode enfrentar. Segundo, mesmo grandes empresas podem insistir no erro, no caso da Microsoft, foram 25 anos, a grande diferença sobre isso é que pequenas e médias empresas nem sempre tem todo esse tempo para se fazer uma correção de rota. Terceiro, que mesmo produtos que não são bons podem por um período ser líder absoluto por completa incompetência da concorrência. Quarto, se você já tentou reposicionar e ajustar o produto e a sua participação no mercado não se alterou, que tal começar o projeto do zero para um outro produto?

A realidade de empresas como a Microsoft é diferente de 99% das demais empresas no mercado, porém, tem diversas formas legais quando você tem dificuldade de inovar com a próprias empresas que é sempre bom olhar e aprender com o erro dos outros, pois, o nosso muito nos custa.

A inovação e os diversos instrumentos legais disponíveis para inovação de produtos e serviços é um caminho sem volta e cabe ao poder público em todos os canais e áreas de comunicação fomentar e dotar de créditos e produtos jurídicos que permitam reconstruir a empresa, sempre com a perspectiva da urgência que a pandemia nos trouxe.

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